Depois de "metade do mundo" já ter opinado a favor dos Enfermeiros em várias matérias (porque infelizmente os Enfermeiros que deviam fazê-lo, andam a estudar matemática europeia), é a vez da ex-Ministra da Saúde, Maria de Belém Roseira, dizer que "é essencial redefinir as competências dos Enfermeiros, para que sejam mais diversificadas"!
É que em pleno Séc. XXI, os profissionais com formação superior mais dependentes de outrem, são os Enfermeiros. É que "palha" que ainda usam nas escolas - que pomposamente vai enfeitando o balão denominado de "intervenções interdependentes" - é um conceito bonito, mas é sinónimo de "execução-simples-e-sem-direito-a-alvitrar-muito"!
A invulgar e dotada Prof. Lucília Nunes é que gosta e apoia o "serventilismo-ao-médico".
Na sua teoria (que data do Séc. XVII), os Enfermeiros só devem e podem algaliar (por ex.) quando o médico se dignar a movimentar as suas luxuriosas pernas, no sentido de deslocar o seu delicado e prodigioso cérebro para junto de um "conjunto-de-ossos-e-carne-com-luvas-brancas-nas-extremidades" (estrutura esquisita e macabra que muitos denominam de "Enfermeiro"), e magnanimamente disser: "pode algaliar"!
Ou então, como acontece várias vezes, esperar duas horas para ouvir dizer: "dê um paracetamol"!
(Sim povo português, é verdade verdadinha que, legalmente, não podemos administrar um ben-u-ronzito autonomamente)
Comigo, funciona a teoria do "faz-que-souber-em-prol-do-utente", e ainda não fui a tribunal. É que os "não-Enfermeiros" também sabem reconhecer onde não se pode calcar (e sim, conheço escrupulosamente a lei)!
Se é preciso intubar uma PCR, e se os Enfermeiros sabem... para quê esperar (segundos preciosos) até chegar um licenciado em medicina para vir "salvar" uma ex-PCR, presentemente cadáver?
Ora como todos sabemos, ainda muitos médicos estão a pensar em mexer a primeira perna, já os Enfermeiros resolveram a situação, senão muitas "bexigas estoiradas" faziam notícia de primeira página nos jornais dos escândalos!
Vamos lá ver (pela nossa parte e pela tutela) se o conselho da Maria (de Belém) é seguido, pois não é preciso pensar muito para compreender o upgrade de funções dos Enfermeiros só tem benefícios para todos (e acaba com os tiques "jet-séticos" de muita gente que anda a passear batas brancas pelo hospital)!
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Há "coisas" majestosamente absurdas. Um exemplo concreto (como este há muitos outros): porque é que Enfermeiros, que também são formadores de médicos no INEM, não têm a mesma autonomia no "terreno"? É paradoxal, mas em Portugal, um "professor" pode ensinar um "aluno", mas não pode fazer o que um aluno pode? Isto é irreal.
(O Gardingo e o Henri Bergson têm razão: é no Élan Vital dos Enfermeiros que reside a solução!)
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P.s. - Não podia deixar em claro a press release da Ordem dos Enfermeiros, que contesta a presença de apenas um profissional de Enfermagem (tal como já tinha sido referido neste blog há uns dias) na composição da nova equipa da Missão para os Cuidados de Saúde Primários.
Doutor Enfermeiro
18,3 chega???
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Para que saibam sem pudores ou para que não haja intenções em ocultar isto aos Enfermeiros...
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Rácio médio de Enfermeiros da OCDE - 8.1 Enf/1000 habitantes (estão englobados neste cálculo os auxiliares de Enfermagem que os países dispõem, o que sobrestima os resultados...)
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Rácio médio de Enfermeiros no Porto (por exemplo) - 18.3 Enf./1000 habitantes (Fonte: Instituto Nacional de Estatística). Aqui, os valores concernem pura e simplesmente a Enfermeiros diplomados (licenciados)! Não há ilusões!
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Notem: o desemprego, em Portugal, começou depois de se ter ultrapassado a barreira dos 5.0 Enf/1000 hab!!
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Algumas Escolas de Enfermagem (Privadas) já começaram a anunciar nos seu sites (quanta celeridade!) as respectivas vagas inerentes à candidatura 2008/09. São muitas vagas. Mesmo muitas.
A questão final é: quem vai "rebentar" primeiro? O "ovo" ou a "galinha"?
Doutor Enfermeiro
In http://enfermagempt-noticias.blogspot.com/
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